Desde 2013, o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) trouxe uma nova classificação dentro de Transtornos do Neurodesenvolvimento: o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Isso significa que o quadro engloba Autismo, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett, Transtornos do desenvolvimento e Transtorno Desintegrativo da Infância. Na prática, tal mudança ampliou as possibilidades diagnósticas. Entretanto, no Brasil, isto tem confundido muitos profissionais e familiares.
Para se ter uma ideia, enquanto há crianças brasileiras de 04/05 anos de idade sem diagnóstico, os bebês americanos de 09/10 meses que apresentam qualquer suspeita ou atraso nas fases do desenvolvimento neuropsicomotor e linguístico já estão inseridos em terapias de estimulação. E, claro, se necessário, em seguida são assistidos por equipe multidisciplinar composta por psicólogo comportamental, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e médico neuropediatra ou psiquiatra.
Apesar de todas as limitações de interação social que o TEA impõe, quanto mais e melhor incluída a criança estiver, melhores serão os ganhos para ela e para os colegas. No Brasil, a lei (nº 12.7764, criada em 2012) estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos de Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, o que garante a obrigatoriedade da matrícula em escola regular, a acomodação do ambiente e do currículo escolar, a elaboração de programas de ensino individualizado e o oferecimento de profissionais de apoio para os alunos. Além da boa vontade e da disposição das professoras, os pais devem cobrar da Instituição de ensino um trabalho que envolva o acesso da equipe clínica à escola, o treinamento da equipe pedagógica e a orientação aos colegas (e seus familiares) para que as crianças com Transtorno de Espectro Autista possam ter ganhos reais de tal inclusão.
O Ministério da Saúde disponibilizou o documento: Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa comTranstornos do Espectro do Autismo (TEA), que é resultado da conjunção de esforços da sociedade civil e do governo, onde um grupo de pesquisadores e especialistas de várias entidades elaborou o material, oferecendo orientações relativas ao cuidado à saúde das pessoas com TEA no campo da habilitação/reabilitação na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência.